Pensamento: Novo Eu

É difícil não saber, não ter certeza. Em um dia abri os olhos e não me reconheci no espelho. Era meu reflexo lá, mas já não era eu. Depois de uma noite de sombras, a névoa tomou conta de mim. Moram aqui dentro tantas novas coisas, e antigos habitantes foram levados em bora. É estranho não me reconhecer, não me encontrar em mim mesma.

Aos poucos, tento restaurar destroços, mas percebo que outras construções já existem e, fico sem ação frente a situações corriqueiras. Estou chorando, não com os olhos, com o coração, em cada palavra que escrevo. Não posso dizer que o mundo mudou e já não me identifico mais com ele, pois sei que nada é diferente a minha volta, sou eu que já não sou quem era.



Perdi aos poucos as coisas que me eram mais preciosas, e com elas se foi uma parte de mim. Sucessivos golpes em uma ferida aberta, sem tempo de cicatrização. O que eu poderia esperar? A mesma reação forte e sensata de sempre? Bem, eu até tentei, mas meu corpo deu seu jeito de me contrariar. A ferida ulcerou. De que adianta dizer que não dói, se estou morrendo aos poucos? De que adianta dizer que está tudo bem se as cicatrizes deformam meu exterior?

É complicado viver uma mesma vida sem os recursos que possuí a vida toda. Não consigo me adaptar ao que tenho em mãos. E essa dor? Se ficasse apenas na pele ficaria mais fácil. Mas quem falou que alguma coisa é fácil por aqui? Ela penetra nos músculos, nos ossos, no sangue. Me corrói aos poucos, lembrando que o controle não é mais meu.

Penso se um dia voltarei a ser quem era, mas já sei que isso nunca acontecerá. Quanto mais luto contra isso, mais dói. A única maneira de tentar continuar é tentar entender esse novo eu, tentar viver na pele dele, me adaptar a essas novas cores. Estou tentando, eu juro! Mas a saudade atrapalha, a vontade de voltar é absurda.

Mas é aqui que estou agora, essa sou eu, e preciso caminhar. Meus sonhos são os mesmos, e vou em busca de cada um deles. Quero aprender cada lição, absorver cada nova informação, positiva ou não. Descobrirei novas formas de mostrar quem sou. E esconderei o que é só meu nas palavras simples de meus escritos.

Estou viva afinal. Existir não é o suficiente. É preciso sorrir. É preciso sorrir sinceramente. É preciso ser feliz.

“Quando estou no meu limite, transformo as lágrimas em palavras e derramo meu coração no papel, não é preciso chorar pala lavar a alma. E muitas perguntas são evitadas.

As pessoas que me odeiam, não terão o prazer de me ver sofrer,

Merecem meu sorriso, não as deixarei me ver chorar.

As pessoas que me amam, não sofrerão por mim,

Merecem o meu sorriso, não as deixarei me ver chorar.”

7 comentários:

  1. Loucura! Por muitas vezes sinto exactamente o que vc com palavras tão bem ditas descreveu!

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    1. As vezes nos dizemos tão diferentes e não nos damos conta de que somos todos humanos, temos sentimentos e, muitas vezes, sentimentos semelhantes...

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  2. Durante 6 anos foi só isso que senti... essas palavras diz a minha historia durante todo esse tempo

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    1. Espero que esteja melhor, algumas dores são pesadas de mais para se carregar sozinho...

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  3. Hoje estou bem melhor, mas curado? Sei la rsrs pelo menos não preciso mais diariamente arrastar minha alma até sangrar no chão... forte né? era isso que "sentia"!

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    1. Acho que estar curado é relativo. Depois de se machucar tanto desse jeito, é praticamente impossível voltar a ficar exatamente como antes, ser a mesma pessoa, pensar igual ou até mesmo parecido. Tudo fica diferente, é inevitável. Mas é possível ficar bem. Ficar feliz consigo mesmo por estar conseguindo viver. Ir atrás dos sorrisos da vida =)

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