E pra quem se interessou pelo poema que emprestou parte do nome ao blog...
Delírio Lúcido de um Alguém Real
Respiro frases sem
sentido algum
Remoendo frustrações
que agoniam
Olho a minha volta e
já não vejo meu quarto
O chão sob meus pés
flutuantes não é real
Afogo-me em um mar de
estranhas sensações
Um frio mortal
envolve meu corpo nu
Em vão tento alcançar
sua sombra
E a luz que me cega
abandona-me na escuridão
Outro mundo surge a
minha volta
Borbulhando imagens
desconstruídas de nós dois
O vento é cortante e
me comprime ao céu
Proibindo-me outra
vez de te tocar
Começo a cair
lentamente pelo universo estrelado
E posso tocar cada
ponto de luz que hipnotiza
Poderia levar-te um
belíssimo presente
Mas novamente me
apavoro por não saber onde estás
Sinto-me girar no
ritmo do planeta
E sou arremessado
contra a terra firme, dura
Meu corpo vai se
dissolvendo aos poucos
E dores que eu
desconhecia me afligem violentamente
Com meus dedos quase
imóveis, procuro algo palpável
E nada me traz a
sensação de que ainda estou vivo
Meu futuro se desfaz
diante de meus olhos
Uma angústia
crescente me machuca e me devora
Um a um meus nervos
desfazem sua rigidez
Revelando, enfim,
minha completa rendição
Meus gritos abafados
pelo travesseiro já não passam de gemidos
E minhas últimas
lágrimas silenciam um coração que não existe
Estou tremendo, ainda
não consigo abrir os olhos
Mas posso sentir de
leve a brisa que vem da janela
O doce perfume das
rosas que me lembra você
O inebriante hálito
do campo que não mais traz paz
Não tenho mais forças
para sustentar minhas ilusões
Preciso desistir do
meu céu que se fez inferno
Essa carcaça que
restou não suporta mais martírio
E adormeço perseguido
por marcas de um eterno delírio
(Juliana G. Souza)
Muito Lindo!! Parabéns!
ResponderExcluirMuito Obrigada!!!
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