Pensamentos: O que gosto de ler

O que gosto de ler...

Minha maior paixão nos livros é descobrir, me surpreender. Aí o motivo pelo qual minhas resenhas não falam muito sobre o que acontece na história, procuro dar a você a maior dose possível de descobertas. ‘Ok. Mas se eu não souber do que se trata a história, como vou saber se o livro me interessa?’. Faço piada dizendo que uso o provérbio “Não julgue o livro pela capa” apenas no sentido conotativo, mas não é bem assim. Confesso que me aventuro por histórias das quais não sei absolutamente nada. Raramente me arrependo. Mas procuro saber as críticas a respeito dos livros, primando opiniões e não sinopses. ‘Maria-vai-com-as-outras então? Lê o que falam que é bom’. Errado. Chego a ler textos condenados pela crítica, apenas para sentir por mim mesma. Um livro nunca será ruim para todos os olhos, se alguém se deu o trabalho de pensar nele e escrevê-lo e outros alguéns o publicaram, é bem provável que agradará certo público. A diversidade da literatura reflete a diversidade dos leitores.

           
Eu sou apaixonada por “Grande Sertão: Veredas”. Acredito que João Guimarães Rosa criou a obra prima da literatura brasileira. É meu livro de cabeceira, e nem minha fascinação por “Game of Thrones” conseguiu mudar isso. Se eu indico a obra incondicionalmente? Não. Um leitor iniciante abandonaria o livro nas primeiras páginas. Um ‘grande’ leitor, não conhecendo nada a respeito do autor e suas obras, bem poderia fazer o mesmo. A questão está em entender a beleza, o que é complicado em um primeiro contato. (Falarei mais sobre essa obra em outra postagem)

Posso dar minha opinião, é claro, dizer o que o livro representou para mim, mas gosto de lembrar que um livro nada interessante para mim, pode tornar-se o predileto de alguém. Seja pela identificação com um personagem, com uma cena ou a própria ambientação, até mesmo, pela maneira como o texto é escrito.

Independente do que se forma quando juntamos as palavras, vão existir sentimentos, planejados pelo autor ou projetados pelo leitor. Despertando de indiferença e tédio a lágrimas e gargalhadas. Ou somente aquela sensação quente no peito, mostrando que a mensagem remexeu um mundo de sensações guardadas aos cadeados.

Procure indicações com pessoas que possuem um gosto parecido com o seu, ideias com as quais você se identifique. Mas lembre-se que será você a vivenciar cada trecho. Suas reações internas dependem exclusivamente do que já existe em você, de suas experiências, seus conhecimentos, de sua personalidade e sua visão de mundo. Duas pessoas nunca leem o mesmo livro. Quando este entra em um universo só seu e se funde a ele, passa a fazer parte de você. E você, em meio a cerca de 6,5 bilhões de pessoas, não é apenas raro, é único.

8 comentários:

  1. Adorei o texto, flor!

    Eu pra falar a verdade não curto muito esses livros de literatura nacional pq gosto de coisas mais fantasiosas. Me prendem mais e me chamam mais atenção.

    BJokas!

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    1. Eu adoro fantasia extrangeira, mas também gosto dos brasileiros, estamos cada vez melhores nesse gênero.
      Beijos

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  2. Oie!!

    Adorei! Eu sou mais de lua. As vezes eu gosto de um estilo, amanhã de outro. Mas estou sempre lendo. E é muito difícil eu não gostar de um livro. Só se ele for muito ruim mesmo!! rs

    Gostei daqui, gostei do texto, gostei de tudo!!!

    Parabéns e sucesso!!!


    Bjkas


    Alessandra Tapias
    http://www.topensandoemler.blogspot.com.br/

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    1. Eu também gosto de variar a leitura, isso só nos enriquece...
      Beijos... Obrigada!

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  3. Ler é sempre uma maravilha, né? EU quero muito devorar o grande sertão veredas...mas quando estiver fora do período de correria da facu!^^
    Te desejo muito sorte na promoção lá do blog.
    Beijocas.
    http://palomaviricio.blogspot.com.br

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    1. Obrigada Paloma... Também estou na correria. Parece que nunca temos o tempo que gostaríamos para dedicar a leitura não é mesmo?

      Beijinhos

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  4. O sentido não esta na materialidade linguística, esta nas relações travadas entre leitor/escritor, o sentido não está no livro está em quem o lê, bem sabemos que o escritor procede de certa forma a dar um encaminhamento semântico, mas cabe ao leitor dar significado ao que lê, por vezes até extrapolando o que o escritor visava de inicio, as possibilidades semânticas de um livro nunca se esgota, cada um lança um olhar singular que vêm carregado de seu histórico de leitura e de vivências no mundo externo, uma leitura é sempre uma releitura do que está posto.

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